Iniciativa visa garantir que alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica deem continuidade aos seus estudos durante a pandemia
Para disponibilizar internet gratuita para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica matriculados em instituições da Rede Federal de todo o país, começou a ser concretizado o Projeto Alunos Conectados do Ministério da Educação (MEC), pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Com essa ação, durante a pandemia, foi possível retomar as atividades acadêmicas de forma remota ainda este ano, e esses estudantes estão tendo acesso aos conteúdos educacionais oferecidos pelas instituições em que estudam. Mais que isso: o Projeto contribui para democratizar o acesso à educação, impulsionar a inclusão digital e diminuir as desigualdades no acesso a Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), principalmente em áreas mais afastadas dos grandes centros, onde a oferta de internet ainda é incipiente.
Nas últimas semanas, 25.559 chips foram entregues em 28 universidades federais e instituições da Rede Federal de educação profissional científica e tecnológica em todo o país. Assim que chegam às instituições, os chips são desbloqueados pelas operadoras e direcionados aos estudantes de baixa renda pelas instituições de ensino solicitantes. Nos primeiros seis meses, a medida pretende beneficiar cerca de 400 mil alunos, priorizando aqueles com renda familiar mensal de até meio salário mínimo.
Os estudantes poderão utilizar o serviço de banda larga, por meio de pacotes de dados móveis (4G). Assim que os alunos recebem os chips, estão aptos a serem utilizados e esses estudantes podem usufruir do benefício ao longo do semestre, sem quaisquer bloqueios de navegação. A carga inicial de franquia dos chips é de 20 GB, com renovação todo dia 30 de cada mês. O número de chips enviados para cada instituição foi estabelecido em função da necessidade informada por elas ao Ministério da Educação. A única regra determinada pelo MEC é que as universidades não podem estar com as aulas suspensas ou sem previsão de retorno.
“Com o Projeto Alunos Conectados, pretendemos garantir que estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica acompanhem normalmente as aulas de forma remota, para diminuir as desigualdades no acesso a Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) entre os estudantes da Rede Federal”, explicou o secretário de educação superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza.
Para o Projeto Alunos Conectados, a RNP atua apoiando o MEC na coordenação do convênio para a contratação de operadoras que forneçam planos de dados móveis. “O Sistema RNP tem sido a plataforma para a comunicação e colaboração para milhares de campi no território, mas também se estende para integrar e incluir, com segurança, todos os alunos e professores onde estiverem”, reforça o diretor-geral da RNP, Nelson Simões.
Uma das instituições que já recebeu os chips solicitados foi a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Na sexta-feira (9), 2.342 unidades foram entregues na instituição e encaminhadas aos estudantes aptos ao benefício. “Quando soubemos do projeto Alunos Conectados, montamos um comitê técnico multissetorial para atender a todas as demandas da RNP/MEC, porque sabíamos que a disponibilidade dos chips seria fundamental para garantir a conectividade dos nossos discentes em condição socioeconômica vulnerável. Lançamos um edital específico, selecionamos os alunos e agora estamos entregando os chips. Estamos muito felizes em ter concluído este processo e agradeço toda a equipe do MEC/RNP, que sempre deu total apoio a todas as demandas da Universidade Federal do Maranhão”, comentou o pró-reitor de Assistência Estudantil da UFMA, Leonardo Silva Soares.
Os chips foram fundamentais para estudantes como o Matheus de Souza Cardoso, que cursa o primeiro ano de Engenharia Química na UFMA. “Quando cheguei à UFMA, minha expectativa era grande por ser uma Universidade pública e federal, além de ser uma oportunidade muito especial para mim e minha família. Porém, veio a pandemia e, com isso, a paralisação das aulas. Desde o início, a UFMA se esforçou para retornarmos às aulas mesmo que on-line, para que nós alunos não fossemos prejudicados. Disponibilizaram alguns auxílios, entre eles o tablet, ao qual eu fui um dos beneficiados. E agora com o chip está sendo excelente, pois eu já consigo acompanhar as aulas, já fiz até prova e baixei um livro da minha área para conseguir estudar. Eu sinto que estou na Universidade, tendo aula de qualidade e com o contato virtual que vem sendo aprimorado cada vez mais pelos professores. Na minha opinião, esses chips precisam ser entregues em todo o Brasil, para que mais estudantes tenham acesso à informação e educação”, defendeu o aluno.
Sobre a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)
Qualificada como uma Organização Social (OS), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e mantida por esse, em conjunto com os ministérios da Educação (MEC), Turismo, Saúde (MS) e Defesa (MD), que participam do Programa Interministerial RNP (Pro-RNP). Pioneira no acesso à internet no Brasil, a RNP planeja, opera e mantém a rede Ipê, infraestrutura óptica nacional acadêmica de alto desempenho.
Com Pontos de Presença em 27 unidades da federação, a rede conecta 1.529 campi e unidades nas capitais e no interior. São mais de quatro milhões de usuários, usufruindo de uma infraestrutura de redes avançadas para comunicação, computação e experimentação, que contribui para a integração dos sistemas de ciência e tecnologia, educação superior, saúde, cultura e defesa.
Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Educação (MEC), com informações da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Foto: ASCOM/UFMA
Fonte: MEC