Congresso discute os desafios para os próximos 10 anos do Projeto Rondon

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis foi palco do II Congresso Nacional do Projeto Rondon, coordenado pelo Ministério da Defesa, o evento ocorreu entre os dias 23 e 25 de setembro.

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Foto: Fernando Pinto/CRUB

A programação do congresso contou com palestras, mesas redondas, debates e apresentações das ações realizadas nesta última década de projeto, além de exposição fotográfica, posters e apresentações culturais. O objetivo do evento foi realizar um balanço das principais ações realizadas nos 10 anos de reativação do projeto, estiveram presentes militares do Exército Brasileiro e Marinha do Brasil, além de alunos e professores universitários e futuros rondonistas. O projeto envolve integração social e participação voluntária de estudantes no desenvolvimento sustentável de regiões em vulnerabilidade social.

A abertura oficial do congresso e a palestra em homenagem a uma década do Projeto Rondon foi proferida pelo secretário de Pessoal Ensino Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Silva e Luna. Durante a cerimônia de abertura, os Correios lançaram um selo personalizado e um carimbo comemorativo dos 10 anos do Projeto Rondon. Os selos têm duas faces: uma delas apresenta a bandeira do Brasil e o ipê amarelo que representam o patriotismo. Na outra está o símbolo do Projeto Rondon.

A vice-reitora da UFSC, Lucia Helena Martins Pacheco, recepcionou os congressistas e considerou importantes as ações desenvolvidas pelo projeto, que possibilita os estudantes vivenciarem as diversas realidade do país e as necessidades básicas da população. “O projeto contribui para a visão de mundo e impacta comunidades com solução de problemas baseado em ciência e tecnologia. É uma relevância para o país e a vida acadêmica”, comentou a vice-reitora.

Trajetória do Projeto

Criado em 1967, o Projeto Rondon acabou extinto 22 anos depois em 1989 por causa da falta de apoio governamental. Em 2005, no entanto, voltou a ser reativado com novo modelo e proposta. Há 10 anos representantes do programa já levaram mais de 12 mil rondonistas a aproximadamente 800 municípios brasileiros.

Em uma década de reativação, o Projeto Rondon atingiu 991 municípios em 21 estados brasileiros. As duas principais regiões atendidas são Nordeste e Norte, com 362 e 222 municípios afetados respectivamente.

Em 10 anos o Ministério da Defesa, em conjunto com as Forças Armadas, realizou 47 operações. As principais ações do programa são em cultura, direitos humanos, justiça, educação, saúde, comunicação, meio ambiente, tecnologia, produção e trabalho.

O projeto é bastante amplo, alcançando as áreas geopolítica, educativa e social do país, tornando-se um dos programas mais expressivos do Brasil.  Ao todo, 2,5 milhões de pessoas foram beneficiadas. Anualmente são realizadas seis operações, mas a participação de universitários e professores ocorre semestralmente. Participam do programa alunos de graduação, educadores, agentes de saúde, representantes de municípios, lideranças comunitárias e forças armadas.

20150923_100006_resizedO secretário de Pessoal Ensino Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Silva e Luna, ressaltou que um dos principais pontos do projeto é a doação dos estudantes. ‘A maior sala de aula são os 8,5 milhões de km², a extensão do Brasil”, destacou.

As localidades atendidas pelo projeto são áreas com índices elevados de pobreza, exclusão social e isoladas. Em razão disso, são priorizadas as regiões Norte e Nordeste do país. Além de ser coordenado pelo Ministério da Defesa, o programa conta também com a participação dos governos estaduais, das prefeituras municipais e de empresas.

Um dos comprometimentos do programa é a melhoria de comunidades carentes espalhadas pelo país. Participam, de forma interligada, sete ministérios do governo federal, além da secretaria da Presidência da República. Ao todo, 500 instituições de ensino superior e 19 mil universitários e estudantes já se envolveram no projeto.

O Ministério da Defesa custeia parte das despesas com recursos orçamentários. O custo do Projeto Rondon deste ano alcançou R$ 3.791.429,30.

O CRUB faz parte do Comitê de Orientação e Supervisão (COS), do Projeto Rondon desde o ano de 2005, avaliando os projetos enviados pelas Instituições de Ensino Superior, participando das operações e outras ações desenvolvidas pelo Ministério em prol do Projeto Rondon. Além de ser um dos apoiadores das ações do Projeto, nos últimos anos o Conselho vem se empenhando para conseguir novas parcerias, além de divulgar os trabalhos e ações do projeto, mostrando a importância do programa para os docentes e alunos das suas associadas.

Os próximos 10 anos do Rondon

Na última mesa de debate do II Congresso, o coordenador geral do Projeto Rondon, general Walmir Almada Schneider Filho, destacou o decreto que recriou o Rondon em 2005 e ressaltou as perspectivas e desafios para a próxima década. O foco do projeto que, na primeira etapa, era assistencialista, passou a ter uma base educacional. “Os próximos 10 anos o Projeto Rondon vai casar a base educacional com as políticas públicas do governo federal”, explicou. “O rondonista precisa conhecer a concepção política e estratégia do projeto. Para isso, estamos reestruturando o programa”, acrescentou.

Foto: Nathália Drago Ribeiro

    Foto: Nathália Drago Ribeiro

Schneider ressaltou que o Rondon tem autoridade, em decreto, de definir políticas públicas voltadas para o projeto. “É preciso reunir todos em um município”, ressaltou. O grupo está com uma ação em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para saber os problemas dos municípios brasileiros para, então, focar na solução em cada comunidade. “Os municípios desconhecem uma série de programas que o governo federal tem. É preciso apresentar isso a eles”, ressaltou.

O coordenador ressaltou que um dos objetivos específicos do projeto é contribuir com o fortalecimento das políticas públicas, além de propiciar ao estudante universitário conhecimento de aspectos peculiares da realidade brasileira. “O foco é nas comunidades carentes, o segundo já foi atingido, que é chegar aos universitários”, destacou.

As regiões Norte e Nordeste serão priorizadas, além de áreas com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e exclusão social. “Cada município tem uma realidade. Vamos buscar soluções personalizadas e perenes. O desafio é fazer que todos participem dos processos do Rondon, porque hoje a maioria é do Sul e Sudeste”, contou.

O general esclareceu que o projeto vai focar em três operações: nacionais, regionais e especiais. “Pensar estrategicamente é analisar o futuro para aproveitar as oportunidades e neutralizar ameaças. O Projeto Rondon não vai assumir poder público em nenhuma hipótese. Nos próximos 10 anos buscamos conquistar novos horizontes a partir de 2017”, revelou.

Fonte: Agência de Notícias do UniCEUB

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