CAPES, CNPq, Finep, Ibict e Ipea anunciam plano para construir rede brasileira de pesquisa para o enfrentamento à desinformação
Agências de fomento, entre elas a CAPES, e instituições de pesquisa criaram um grupo para articular de forma nacional o combate à desinformação através da educação e da ciência. Em evento paralelo do G20, no qual se abordou a integridade da informação, foi assinado um protocolo de intenções para formalizar um trabalho realizado ao longo de 2024, baseado no enfrentamento da negação dos princípios básicos da ciência e da ameaça às democracias. A cerimônia ocorreu na terça-feira, 30 de abril.
São parceiros da CAPES na iniciativa o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e os Institutos Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e o de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Juntos, os órgãos formam o Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Desinformação.
No evento do G20, Antonio Gomes de Souza Filho, diretor de Avaliação, falou em nome da CAPES para explicar o que significa essa ação conjunta. “Firmamos o compromisso de assegurar as condições para que a ciência seja o motor propulsor da democracia e do desenvolvimento sustentável do Brasil, promovendo as condições para a construção de uma sociedade mais justa e livre do obscurantismo”, afirmou.
O evento do G20, por ter visibilidade mundial, serviu como uma plataforma de lançamento do projeto. O assunto, porém, já havia sido pautado na Conferência Livre: Ciência no Combate à Desinformação, reunião realizada nos dias 2 e 3 de abril, evento preparatório para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI).
As discussões estruturaram o enfrentamento à desinformação em quatro frentes:
- Construir uma política nacional de financiamento de pesquisas para o enfrentamento da desinformação e para a promoção da integridade informacional.
- Fomentar a articulação de uma sólida rede entre pesquisadores e instituições acadêmicas que assegure a troca de informações e a construção de mecanismos de acúmulo coletivo de conhecimento.
- Viabilizar a constituição de um centro de conexão entre essas pesquisas, voltado à coleta, tratamento, armazenamento e compartilhamento de dados sobre o debate público processado na internet e nas plataformas de mídias sociais.
- Criar canais de diálogo permanentes com o poder público (nas mais diferentes esferas), com a sociedade civil, com veículos de comunicação e demais setores interessados em fazer frente aos malefícios impostos à sociedade pela desinformação.
O grupo publicou uma carta aberta após a Conferência Livre. O documento, intitulado CARTA ABERTA: Ciência no combate à desinformação, pode ser lido aqui.