Câmara dos Deputados aprova moção de aplauso ao educador Paulo Freire

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17) moção de aplauso a Paulo Freire (1921-1997), pedagogo brasileiro patrono da educação no País. Diversos deputados defenderam a memória do pesquisador nos últimos dias, depois de ofensas à memória do pesquisador feitas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

O requerimento de moção foi apresentado pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP). “O educador Paulo Freire é o brasileiro mais homenageado da história, tendo recebido 29 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades norte-americanas e europeias, e prêmios como o King Baudouin International Development, em 1980, e o Educação para a Paz, da Unesco, em 1986″, ressalta o deputado.

“É fácil compreender por que Paulo Freire é estudado, amado e admirado mundo afora, passados mais de 20 anos de seu desaparecimento físico: sua prática educadora fundada na troca, no diálogo, acolhedora de todas as singularidades, é um antídoto contra paixões totalitárias”, disse Valente.

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A moção foi incluída em pauta a pedido da deputada Luiza Erundina (Psol-SP). Foi uma reação a declarações do presidente Bolsonaro, que chamou Paulo Freire de “energúmeno” nesta segunda-feira (16). Energúmeno significa fanático, mas é usada no sentido pejorativo.

Na ocasião, Bolsonaro também afirmou que a TV Escola, que teve o contrato com o Ministério da Educação suspenso, “deseduca os brasileiros”.

Erundina elogiou a trajetória de Paulo Freire, que também foi defendido por parlamentares de outros partidos de oposição. “É uma vergonha para o Brasil que Paulo Freire seja frequentemente atacado pelo presidente que está aí”, disse a deputada.

A moção de aplauso foi aprovada em votação simbólica. Houve um grito de protesto de um deputado contra a medida, mas não foi possível identificar quem foi o parlamentar.