Durante o dia, vassoura e rodo nas mãos. À noite, lápis e caderno. Foi com muita dedicação e esforço que Roselita Nunes da Conceição Silva foi aprovada no concurso de faxineira da Secretaria da Educação do Distrito Federal em 1990. Com apenas o ensino fundamental incompleto até então, Roselita prometeu a si mesma que iria concluir os estudos e melhorar sua condição educacional e financeira.
Mesmo com dificuldade, conseguiu terminar o ensino fundamental e, depois de alguns anos, se matriculou na Escola Centro Educacional 06 de Taguatinga (DF), onde concluiu o ensino médio por meio do programa de educação de jovens e adultos (EJA). “Quanto mais estudava, mais tinha sede em aprender”, conta Roselita.
Aos 55 anos, conseguiu entrar na faculdade para cursar pedagogia. Três anos depois, graduou-se e começou uma pós-graduação em gestão escolar. Hoje, é readaptada como agente de portaria da Escola Centro de Ensino Especial nº 1 em Taguatinga, onde trabalha há mais de 25 anos.
Roselita fala com orgulho de ter se graduado aos 58 anos de idade e de não se arrepender por ter passado dias e noites estudando. “Eu vim de uma família humilde e nunca tive o incentivo dos estudos. Essa vontade de melhorar e aprender sempre esteve dentro de mim e, mesmo com a idade já avançada para os estudos, eu nunca vi isso como empecilho. Por isso, venci. Eu acreditei no meu potencial”, enfatiza.
A educação de jovens e adultos é uma das prioridades do governo federal. E, ao celebrar o Dia Nacional da Alfabetização, nesta terça-feira, 14, o ministro da Educação, Mendonça Filho, ressalta que a alfabetização não se baseia unicamente no ato de aprender a ler e a escrever. “Também se considera a importância do desenvolvimento da capacidade de compreensão, interpretação e produção de conhecimento”, lembra.
Programa – Em funcionamento desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado, gerido pelo Ministério da Educação, tem o objetivo de alfabetizar jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos. O programa também busca contribuir para a progressiva continuidade dos estudos em níveis mais elevados, promovendo o acesso à educação em qualquer momento da vida, por meio da responsabilidade solidária entre as três esferas de governo. Em 2017, foram apoiadas 200 mil vagas de alfabetização de jovens e adultos em 22 estados e no Distrito Federal, o que totaliza, aproximadamente, 20 mil turmas.
Para a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Ivana de Siqueira, a alfabetização de jovens, adultos e idosos configura-se como uma ação estratégica da política educacional brasileira e se integra a outras políticas públicas voltadas à inclusão de grupos sociais historicamente excluídos. “O Dia Nacional da Alfabetização é uma boa oportunidade de nos juntarmos todos, gestores públicos e sociedade civil, pelo enfrentamento do analfabetismo e pela criação de mais e melhores oportunidades para prosseguimento dos estudos, assegurando a todos o direito à educação”, destaca.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC – Arte: ACS/MEC
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