A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados deve discutir a criação de um grupo de trabalho para implementar a formação ética e de valores dentro da sala de aula. A ideia surgiu da audiência pública realizada nesta terça-feira (29) pelo colegiado.
A sugestão foi dada pela deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), que acredita que o Ministério da Educação, os conselhos estaduais e municipais de educação e as entidades que lidam com a formação de professores poderiam se reunir com a Câmara para debater de que forma isso poderia ser implementado nas escolas.
“A crescente crença em relação às escolas militares ou a escolas organizadas vem como resposta a essa falta de espaço de debate dentro das escolas públicas”, avalia a parlamentar. “Nós temos propostas que lidam com a ideia de o professor não poder tratar nada de valor, projeto das Escola Sem Partido, preocupação com a condução. São dois extremos”, acrescenta.
“A minha proposta é que a gente possa discutir como isso pode acontecer realmente para garantir que o professor não se sinta constrangido em discutir valor, ética, no seu sentido maior, do que ensinar português e matemática. Acho que um grupo de trabalho pode fazer esse enfrentamento, foi essa minha sugestão”, explicou.
Conectados nos celulares – Autor do pedido para realização da audiência, o deputado Sérgio Vidigal (PDT-ES) afirmou que é cada vez mais comum professores reclamarem que as salas de aula estão mais barulhentas e os estudantes mais conectados em telefones celulares e menos conectados em relações pessoais. Ele afirmou que vai levar ao presidente da Comissão de Educação, deputado Caio Nárcio (PSDB-MG), a ideia de formar um grupo de trabalho para discutir a implementação de formação ética nas escolas.
A presidente da Comissão de Nível Superior da Federação Nacional das Escolas Particulares, Amábile Aparecida Pacios, diz que a infância é o melhor momento para uma pessoa entender o que é ética. E ela dá o exemplo da escola onde ensina: “Então nós temos, de dois anos até o término do fundamental 1, o debate dentro de uma dimensão; depois, temos a Ética Digital, que ensina as crianças a se comportar e a conviver no mundo digital; e depois a ética no ensino médio, que é voltada mais a questões de filosofia e sociologia”.
Reflexo da sociedade – A representante da Secretaria de Educação Básica do MEC, Sandra Zita, afirmou que a escola, como toda instituição, reflete a sociedade onde está inserida. Ela elogiou o fato de a Comissão de Educação ter debatido o tema com olhares distintos e concordou que a questão precisa ser discutida com urgência pelas diferentes instâncias ligadas à educação.
“Eu acho que é uma primeira semente para que esse assunto tenha o seu debate ampliado para todas as instâncias da sociedade, basicamente, e sobretudo para os educadores, na formação de professores, na legislação e nas políticas”, afirmou Zita.
Fonte: Agência Câmara Notícias – Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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