Educadores e representantes de conselhos de Educação divergiram no último dia 23 de novembro quanto ao aumento da carga horária e às mudanças no currículo do Ensino Médio durante a segunda audiência pública da comissão mista que analisa a MPV 746/2016, conhecida como MP do Ensino Médio.
O relator da MP, senador Pedro Chaves (PSC-MS), informou que o relatório final deve inserir mudanças em relação ao texto original a partir das manifestações de entidades e parlamentares durante as audiências.
Para o presidente do Conselho Nacional de Educação, Eduardo Deschamps, o problema da educação no Brasil começa no ensino fundamental. Ele disse que a MP supre a necessidade de mudanças estruturais na educação para conseguir alcançar melhores resultados, especialmente no ensino médio.
“Não é possível que o Brasil fique na contramão, quando o mundo inteiro trabalha com estruturas diferenciadas no ensino médio, e o Brasil continua insistindo num modelo único e padrão para todos. De fato, o ensino médio brasileiro, por conta dos resultados, aponta a necessidade de uma revisão, de uma reformulação”, declarou o senador.
Já o professor Moacir Alves Carneiro criticou a MP. Especialmente o trecho que permite a contratação de professores sem diploma específico, mas com “notório saber”.
“Agora, vem a nós a ameaça de bipartir o ensino médio, são dois currículos, dois tempos, dois processos de avaliação, duas formações de professores”, frisou Moacir.
De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), usado para medir a qualidade do ensino no Brasil, o ensino médio teve o pior resultado se comparado às séries iniciais e finais do ensino fundamental. A meta para 2015 era de 4,3, mas o índice alcançado foi de 3,7.
Fonte: Agência Senado – Com informações da Rádio Senado / Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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