Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015 por escola reforçam a imperiosa necessidade de se reformar o ensino médio brasileiro. A afirmação foi feita pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Maria Inês Fini, nesta terça-feira, (4), em Brasília.
Os dados do Enem por escola, divulgados em entrevista coletiva, no Ministério da Educação, fornecem a professores, gestores e à sociedade informações sobre o desempenho dos alunos e as características das instituições de ensino. Em 2015, apenas entre os concluintes do terceiro ano do ensino médio, participaram do exame 1.212.908 estudantes de 14.998 instituições de ensino.
A presidente do Inep destacou que os resultados têm contextos que precisam ser considerados. Com relação ao aluno, o índice usado foi o nível socioeconômico. Para a escola, as variáveis foram o porte, o indicador de formação docente e o de permanência. “O ranking por si só é inapropriado, não reflete a realidade das escolas, não indica a qualidade”, disse Maria Inês. “Daí a importância de usar os fatores de contexto que, combinados, dão um panorama mais real do desempenho das instituições, qualificando o resultado.”
Notas — Os dados apontam para uma melhora nas notas referentes às ciências humanas e suas tecnologias e à redação. Para a presidente do Inep, isso se deve, primeiro, à identificação dos jovens com o tema da redação do ano passado: a violência contra a mulher. “Além disso, o envolvimento dos professores na correção das redações tem um impacto na própria atuação docente. Está tudo interligado”, justificou.
A pouca participação de alunos com baixo poder aquisitivo também foi constatada na avaliação. De acordo com Maria Inês, a baixa autoestima desses estudantes, que, em sua maioria, vêm de lares em que os pais não cursaram a educação superior, os induz a deixar de fazer o Enem. “Nesse sentido, a reforma do ensino médio é mais do que apropriada porque fará com que a escola seja mais amigável, mais acolhedora, e esteja de acordo com a trajetória de vida dos alunos”, afirmou.
Defasagem — A secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães Castro, também defendeu a reforma do ensino médio. “Os dados mostram que quanto maior o nível socioeconômico, melhor é o desempenho. Isso revela a enorme desigualdade do ensino médio”, afirmou. “A reforma vem justamente para reverter isso, para promover a equidade.”
Segundo Maria Helena, o atual modelo está defasado e transformou-se em curso preparatório para o Enem. “A reforma do ensino médio é um passo extraordinário”, disse. “É a maior mudança na educação brasileira desde 1998, quando foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, o Fundef [atual Fundeb, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação].”
Foram calculados os resultados para as escolas que obtiveram ao menos dez alunos participantes no Enem de 2015, desde que a taxa de participação desses estudantes tenha alcançado no mínimo 50%. Os dados incluem estudantes matriculados na terceira série do ensino médio regular declarados pela unidade de ensino no Censo Escolar da Educação Básica de 2015.
Além disso, foram considerados efetivamente como participantes os candidatos que obtiveram nota que não tenha sido zero em todas as provas objetivas e que não tenham sido eliminados na redação.
Confira aqui os dados do Enem de 2015 por escola
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MEC
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