Resveratrol, encontrado na uva, pode atenuar danos neurológicos causados pelo diabetes

Pesquisadores da PUCRS descobriram que o resveratrol, substância encontrada na uva, é capaz de atenuar alguns danos causados pelo diabetes no sistema nervoso central de ratos. O estudo, publicado na revista Brain Research em dezembro do ano passado, foi desenvolvido no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual da PUCRS e no Laboratório de Histofisiologia Comparada da UFRGS, e foi coordenado pelo professor da PUCRS Léder Leal Xavier.

 

Segundo o pesquisador, estudos sugerem que o diabetes pode levar ao desenvolvimento de distúrbios neurológicos, incluindo alterações da função locomotora em seres humanos. Além disso, a doença é um fator de risco para o desenvolvimento de parkinsonismo, uma síndrome que causa tremor, dificuldade de iniciar movimentos e diminuição da velocidade dos movimentos. “Também há a perda de neurônios que secretam dopamina, em uma região do encéfalo, conhecida como substância nigra”, afirma Xavier.

 

Para a realização do estudo, os ratos foram submetidos a uma indução de diabetes e, 30 dias após, já apresentavam sintomas de parkinsonismo. Por 35 dias, os animais foram tratados com resveratrol por via oral. Após esse tempo, eles retomaram a capacidade de iniciar movimentos. “Percebemos que a substância atenua alguns dos distúrbios locomotores causados pelo diabetes em ratos”, afirma o pesquisador. A queda dos níveis de dopamina, produzida pelo diabetes, também foi revertida pelo consumo da substância.

 

Para Xavier, o resveratrol não é um composto que vai curar o diabetes ou o Mal de Parkinson, mas pode ser um importante coadjuvante no tratamento dessas doenças no futuro. “Aqui no Rio Grande do Sul temos uma possibilidade muito grande de consumo dessa molécula em função da uva, do vinho e do suco”, lembra.  Para o futuro, a ideia do grupo é começar a testar a substância associada a outras moléculas, para buscar um aumento da absorção pelo trato gastrointestinal, e também para a potencialização do seu efeito no organismo.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da PUCRS

 

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