Cerimônia também marcou o aniversário do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências
Nesta sexta-feira (4), o Instituto de Geociências (IG) da Unicamp recebeu a comunidade acadêmica e científica para celebrar os 40 anos da criação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e, no âmbito universitário, do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do IG, no evento A Política Científica e Tecnológica no Brasil.
As duas mesas que aconteceram durante a manhã e a tarde trataram da história da política científica e tecnológica no Brasil nos últimos 40 anos e dos desafios para o futuro. Entre os convidados estavam a ministra do MCTI, Luciana Santos, e o professor de economia do Instituto de Economia (IE) da Universidade Luciano Coutinho, o primeiro secretário-executivo do ministério, responsável pela estruturação da pasta, em 1985.


A ministra Luciana Santos destacou projetos da Unicamp como o AmazonFace e o HIDS
Na abertura do evento, a professora-chefe do DPCT, Janaina Pamplona, relembrou a vinda do professor Amilcar Herrera, geólogo argentino, à Unicamp. Herrera teve a missão de fundar o IG e o departamento hoje chefiado pela docente. “O professor Herrera imprimiu no nosso departamento valores fundados na democracia, como o compromisso com a igualdade social, econômica, de gênero, étnica e racial, o compromisso com o meio ambiente, a diversidade, a inclusão, a educação e a solidariedade”, destacou.
Pamplona também afirmou que o departamento baseia-se em duas grandes áreas: os estudos de inovação e os estudos sociais sobre ciência e tecnologia.
Ao tomar a palavra, a ministra do MCTI parabenizou Pamplona. “Eu, como a primeira mulher do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, fico muito feliz em ver uma mulher em um departamento tão estratégico.”
Antes de falar sobre os 40 anos dos dois órgãos, Santos homenageou Coutinho, descerrando uma placa em agradecimento à contribuição do docente para o país. Além de ser um mestre acadêmico, disse, Coutinho serve de inspiração aos brasileiros.
“Ele foi um elaborador teórico dos desafios brasileiros e aprendi desde cedo com sua contribuição, que até hoje serve de inspiração.”
Na abertura do evento, a professora-chefe do DPCT, Janaina Pamplona, relembrou a vinda do professor Amilcar Herrera, geólogo argentino, à Unicamp. Herrera teve a missão de fundar o IG e o departamento hoje chefiado pela docente. “O professor Herrera imprimiu no nosso departamento valores fundados na democracia, como o compromisso com a igualdade social, econômica, de gênero, étnica e racial, o compromisso com o meio ambiente, a diversidade, a inclusão, a educação e a solidariedade”, destacou.
Pamplona também afirmou que o departamento baseia-se em duas grandes áreas: os estudos de inovação e os estudos sociais sobre ciência e tecnologia.
Ao tomar a palavra, a ministra do MCTI parabenizou Pamplona. “Eu, como a primeira mulher do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, fico muito feliz em ver uma mulher em um departamento tão estratégico.”
Antes de falar sobre os 40 anos dos dois órgãos, Santos homenageou Coutinho, descerrando uma placa em agradecimento à contribuição do docente para o país. Além de ser um mestre acadêmico, disse, Coutinho serve de inspiração aos brasileiros.
“Ele foi um elaborador teórico dos desafios brasileiros e aprendi desde cedo com sua contribuição, que até hoje serve de inspiração.”

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, destacou a importância da Unicamp para o progresso da ciência e da tecnologia no Brasil, ressaltando haver muito para avançar. De acordo com a ministra, ainda existe um abismo profundo entre o potencial do país na ciência e tecnologia e sua capacidade de inovar.
“Esse gap é muito grande e não teremos muitas oportunidades de desenvolvimento se não formos capazes de superar essas barreiras. Hoje, o Brasil é o sexto país em produção de energia eólica, fotovoltaica, e o segundo em bioenergia, porém muitos equipamentos envolvidos nisso não são produzidos em nosso país. Esse é um dos grandes desafios”, complementou Meirelles.
A ministra destacou alguns projetos desenvolvidos pela Unicamp, entre os quais o AmazonFace, que, segundo explicou o reitor da Unicamp, “é o maior experimento para investigar qual o efeito do aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera sobre a Floresta Amazônica”. Outro projeto citado foi o HUB Internacional de Desenvolvimento Sustentável (HIDS). “A ideia de desenvolver uma região baseada em inovação espalhou-se por outras instituições de pesquisa ao redor”, concluiu Meirelles.
Após a abertura do evento, Coutinho tomou a palavra e contextualizou a criação do ministério dentro do processo de redemocratização do Brasil, mencionando que a vitória da oposição ao regime militar possibilitou avanços institucionais importantes, ainda que, naquele momento, não tivessem ocorrido eleições diretas para presidente.

Coutinho enfatizou que um dos primeiros grandes avanços deu-se com o fortalecimento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), possibilitando um aumento significativo nos investimentos em pesquisa. “O ministério foi vitorioso em se estabelecer e sobreviver. Ele inspirou a necessidade de pensar a política de ciência e tecnologia como um projeto de longo prazo.”
Coutinho concluiu sua fala ressaltando a importância da Unicamp para a montagem do ministério. “A Unicamp não só é um centro importante, um hub de tecnologia para o Brasil, mas contribuiu para o Ministério da Ciência e Tecnologia por meio de dois de seus professores, cedidos para trabalhar 15, 14 horas por dia para construir o ministério. Eu, que fui o primeiro, e o [Carlo] Pacheco, que pagou quatro anos de trabalho muito intenso e muito profundo.”

40 anos do DPCT
O DPCT nasceu há 40 anos, fundado pelo professor Herrera, que também fundou o IG. Suas contribuições inestimáveis para a Universidade e para a ciência brasileira motivaram batizar o prédio do instituto com seu nome. Ao longo da história, o departamento se tornou uma referência latino-americana na pesquisa interdisciplinar em ciência, tecnologia e sociedade.
Prova disso é que Pamplona, preside a Asociación Latinoamericana de Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología, a principal entidade do campo na América Latina. Para Pamplona, “O professor Herrera nos mostrou que a interdisciplinaridade é um requisito fundamental para a produção do conhecimento e do ensino voltados para as necessidades locais latino-americanas”.
No período da tarde, a segunda mesa discorreu sobre os “40 anos do DPCT: qual o futuro da política científica e tecnológica no Brasil?”. Além de Pamplona, participaram professores responsáveis por grandes contribuições na estruturação do departamento: Renato Dagnino, Newton Pereira, Leda Gitahy, André Furtado e Rosana Corazza. A mesa discutiu os desafios envolvidos em encontrar respostas para a política científica e tecnológica brasileira a partir de duas grandes áreas. “O departamento dialoga com uma visão de política científica e tecnológica baseada nos estudos de inovação e os estudos sociais da ciência e tecnologia”, conclui o professor do DPCT Marko Monteiro.
