Equipe da UFU detecta 11 asteroides em parceria com a Nasa e o MCTI

Descobertas foram feitas a partir de imagens captadas por telescópio no Havaí

Uma equipe da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) identificou 11 asteroides desconhecidos durante sua participação no programa Caça Asteroides, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC/Nasa). As análises foram realizadas com software disponibilizado pelo programa, a partir de imagens captadas por um telescópio de 1,8 metros da Universidade do Havaí.

Asteroides são fragmentos rochosos que sobraram da formação do Sistema Solar e orbitam o Sol. Apesar de muito pequenos para serem considerados planetas, os asteroides são importantes para a compreensão da origem e evolução do Sistema Solar. “Estudar asteroides é ter informações sobre o início do nosso Sistema Solar. Isso é importante não só para as órbitas dos asteroides, como também para seus componentes. Tem vários asteroides que são ricos em minérios que nós precisamos”, conta a estudante de Engenharia Mecatrônica na UFU e líder da equipe, Mariana de Sá.

A equipe que detectou os astros é composta pelos alunos da UFU, Mariana de Sá, Ana Luiza Sobrinho, Raphael Bruce e Rafael Lima, a estudante do Ensino Médio, Anna Julia Oliveira, e a psicóloga Rayane Leal. Durante a participação no Caça Asteroides eles participaram de campanhas, nas quais foram disponibilizadas as imagens que continham os asteroides.

 

O Caça Asteroides 

Criado pelo IASC, o programa Caça Asteroides tem o objetivo de popularizar a ciência através de voluntários cidadãos. A ciência cidadã busca integrar cidadãos e a comunidade científica em projetos práticos de pesquisa e descoberta. No Brasil, a parceria do MCTI com o IASC permitiu a formação de equipes que buscam asteroides em todo o Brasil.

Medalha Caça Asteroides

“Caçar asteroides é uma atividade bastante visual, as pessoas podem abrir as imagens e procurar asteroides que se mexem naquele campo. Enquanto as estrelas estão fixas, o asteroide vai se mexendo”, explica o professor de Astronomia do Instituto de Física da UFU, Altair Júnior.  No início de 2024, o Grupo de Astronomia e Planetologia da UFU divulgou em seu instagram as inscrições para o programa para quem tivesse interesse em participar.

Após o período de seleção, os seis integrantes e a líder do grupo, Mariana de Sá, iniciaram os treinamentos e análises a partir do material disponibilizado pelo MCTI.  “Realizamos treinamentos para mostrar como identificar asteroides, manipular o software, enviar os relatórios e fizemos um grupo para dúvidas. Essa foi uma parte interessante, porque no início eu respondia às dúvidas, mas, ao longo do projeto, os próprios alunos já aprenderam a resolver alguns erros e se ajudavam”, destaca Mariana de Sá.

Durante o ano, eles realizaram quatro campanhas em que detectaram 11 asteroides. Após a detecção, o grupo envia os relatórios, mas a verificação da descoberta pelo Minor Planet Center,  organização que se dedica a recolher dados sobre corpos menores do sistema solar, levará alguns anos. “Participar do programa foi muito incrível, porque era algo que eu queria e achava que só pessoas muito inteligentes conseguiram. O programa é aberto para os cidadãos e fiquei muito feliz, porque eu achei dois asteroides”, conta Rayane Leal.
Há alguns anos, Mariana de Sá também descobriu outros asteroides por meio do programa. Em 2025, o Grupo de Astronomia e Planetologia, sob orientação do professor Altair Júnior, se inscreverá novamente no programa de MCTI e busca intensificar ainda mais as ações na busca em detectar asteroides.

Fonte: ASCOM/UFU